O governador Cláudio Castro classificou como a “maior operação da história do Rio” a ação realizada nesta terça (28) por policiais militares, civis e agentes do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) nos complexos da Penha e do Alemão, na Zona Norte. Até o início da tarde, foram confirmadas a prisão de 81 pessoas e a morte de pelo menos 24 pessoas – quatro policiais e 20 suspeitos. Quarenta fuzis foram apreendidos.
Na entrevista, Castro comparou a operação às ações de ocupação em comunidade de 2010, mas afirmou que, dessa vez, o governo do Rio está “completamente sozinho”. “É uma operação maior que a de 2010 e, infelizmente, dessa vez, não temos o auxílio de blindados nem dos agentes de forças federais, nem de segurança nem de defesa”, afirmou o governador.
Governador nega vazamento de informações, fala em ‘guerra’ e alega falta de diálogo com forças federais
Castro disse que a operação se baseia em informações colhidas através de investigações conduzidas por Polícia e Ministério Público ao longo do último ano. A ação estava planejada e, de acordo com o governo estadual, não há indícios de vazamento de informações.
O governador disse que, para essa ação, não pediu ao Governo Federal por suporte – ela alega ter tido as solicitações negadas nas últimas tentativas de usar blindados e agentes federais em operações no Rio.
“É uma operação de defesa. É uma guerra que está passando dos limites de onde o estado deveria estar sozinho defendendo; uma guerra dessas que nada a ver com segurança urbana. Talvez a gente devesse ter um apoio muito maior, talvez até das Forças Armadas. Essa guerra já extrapolou toda ideia da segurança pública; não é mais só responsabilidade do estado”, disse o governador.
Ele disse, ainda, que a operação cumpre todas as determinações da ADPF 635, conhecida como a ADPF das Favelas, que define regras para ações em favelas. O procurador-geral de Justiça Antônio José Campos Moreira, que está em Brasília, acompanha as ações, segundo Castro.